Combustíveis simples só vieram complicar

Publicado a por Eduardo

Mulher a abastecer o carroEntrou em vigor no mês passado a nova lei que obrigou a comercialização de combustíveis simples, ou seja, combustíveis sem aditivos.

Logo em Março a Galp começou com alterações e acabou com a gama Gforce, no caso da BP, Repsol e Cepsa decidiram acabar com as gasolinas 95 e gasóleo para venderem os combustíveis sem aditivos, mantendo as suas gamas premium.

Preço desceu e voltou a subir passados 3 dias

Os preços desceram 2 cêntimos nos combustíveis simples na Sexta-Feira, dia 17 de Abril, mas logo na Segunda-Feira aumentaram 2 cêntimos na Galp e 3 cêntimos na BP. Recapitulando, a lei entrou, o preço desceu, retiraram-se os aditivos, e o preço voltou a subir para o mesmo valor que estava anteriormente.

Para os consumidores instalou-se a confusão. Dantes existiam 4 tipos de combustíveis (excluindo GPL, gasóleo agrícola, etc). Tinhamos a gasolina 95, a gasolina 98, o gasóleo e o gasóleo premium. Marcas como a Galp, BP, Repsol e Cepsa tinham combustíveis aditivados e gamas premium no caso do gasóleo e gasolina 98, tendo a Galp até comercializado a gasolina 95 com a formula Gforce, mas regra geral existiam 4 combustíveis fixos para comparação. Nos postos designados "low cost" tínhamos combustíveis sem a aditivação presente nestas marcas, existindo 3 tipos de combustíveis, a gasolina 95, a gasolina 98 e o gasóleo. Novamente era fácil a comparação.

A Prio era a única que vendia combustível simples e uma gama premium denominada Top e que já levantava várias dúvidas nos consumidores entre qual escolher, até porque o preço da gama Top é normalmente 1 cêntimo mais barata.

Com esta lei idiota agora temos a Galp com o mesmo esquema da Prio, onde existe gasolina 95 simples e aditivada e gasóleo simples e aditivado, sem gamas premium. Nalguns postos da Galp ainda existe 98 aditivada, já não é Gforce. Na BP e Cepsa manteve-se o mesmo tipo de combustíveis, mas agora sem aditivos na gasolina 95 e gasóleo normal. Na Repsol até à semana passada o esquema era o mesmo, mas agora em alguns postos começaram a comercializar também a gasolina 95 aditivada.

A Galp manteve a diferença entre os simples e os aditivados em 2 cêntimos, já a Repsol nesta nova 95 aditivada tem uma diferença de 5 cêntimos. Curiosamente esta petrolífera foi a que mais baixou os preços na sua gama premium para cativar clientes.

Continuam a prejudicar os consumidores

E com isto tudo, quem ficou a ganhar? As petrolíferas tiveram custos com estas alterações que foram imputados aos consumidores, e os consumidores ficaram com mais confusão na escolha de combustível, o mesmo preço ou superior ao que pagavam anteriormente mas sem aditivos. Reduziu-se a qualidade do combustível e o preço ficou o mesmo.

Infelizmente não aprenderam com os placards com os preços nas auto-estradas onde os preços ficaram nivelados para cima e são agora iguais.

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Comentários

Alex
Alex
29/06/2015 10:30
O que dizer da nova lei dos combustíveis…… É que nem tenho palavras para descrever tudo isto. Ontem saí da zona de Lisboa em passeio, precisei de abastecer e não encontrei um único posto (Galp, Repsol, BP) com gasolina aditivada. Apenas simples e 98. Em Lisboa costumo colocar na Cepsa a 95 premium deles, e deixei de poder colocar no posto Repsol perto da minha casa.
A gasolina 95 aditivada está em vias de extinção neste país?
Como é que o consumidor foi ajudado?
Isto é uma tristeza; uma idiotice pegada… Tenho as minhas dúvidas mas seria bom que revertessem esta borrada. Como consumidor deveria poder escolher: se desejar colocar combustíveis sem aditivos era só ir a uma bomba low cost. Não há falta delas. Se quisesse colocar aditivados, ia às de marca.

Levanta de facto uma grande questão: Quem ficou a ganhar? É que nem os consumidores nem as petrolíferas!
Eduardo
01/07/2015 20:46
A gasolina e gasóleo aditivados praticamente desapareceram, sim. A Galp é a única que ainda comercializa, tendo a Cepsa e a Repsol começado também a comercializar uma 95 aditivada, mas não em todos os postos e a diferença de preço já é considerável.

As petrolíferas rapidamente recuperam o que gastaram, deixaram de adicionar aditivos aos combustíveis simples e o preço já está igual. O único prejudicado a longo prazo é o consumidor.

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